O mínimo para merecer a credibilidade


por José Cavalheiro

Perante o descarado avanço de uma política do chamado “ajuste da economia portuguesa” a indignação popular veio finalmente em força à superfície em 15 de Setembro.

Mais uma verificamos a total falta de soluções e de iniciativa política que sejam sustentáveis pelos partidos da  oposição parlamentar. Os partidos mais à esquerda são incapazes de assumir o ónus da governação .

A existência de uma alternativa realista poderá  potenciar  um desgaste ainda mais forte do governo, precipitando a sua queda, se os eleitores vislumbrarem  uma solução suportada numa maioria parlamentar.

Só um governo com uma matriz totalmente diferente pode contrariar a postura subserviente e rastejante adoptada pelo actual governo perante a necessidade de mudar a política europeia e discutir com os credores .

Esse projecto terá de muito claramente e de forma realista  e quantificada  dizer como:
- baixar a despesa pública
- conseguir a receita fiscal necessária para diminuir o deficit actual
-impor medidas de equidade e justiça propõe
- conseguir o apoio à economia ao emprego e à recuperação do estado social pretende implementar

Para que esse governo possa vir a existir é necessário que haja um entendimento prévio dos partidos da oposição onde os pontos essenciais anteriormente referidos sejam objecto de uma clara ratificação.

Basta de irresponsabilidade demagogia e discursos redondos e vazios! O centro esquerda e a esquerda também estão a ser julgados nas manifestações .Se a direita é culpada  pelo que faz, a esquerda e o centro esquerda são igualmente culpados pelo que não fizeram, não fazem, nem mostram querer fazer no futuro próximo.

A resposta tem de aparecer de forma clara antes do próximo acto eleitoral.