Debater a Banca, Combater um Espírito pouco Santo

A actual crise no Banco Espírito Santo é a maior de sempre no sistema bancário português. Com perdas recorde de 3 500 milhões de euros no primeiro semestre de 2014, o BES é mais um exemplo desastroso de uma crise financeira que se arrasta há quase seis anos. Em Portugal, nenhum banco saiu incólume. Só graças aos empréstimos de curto-prazo do Banco de Portugal e aos fundos para a recapitalização da banca, os bancos portugueses têm sobrevivido. Os apoios públicos não têm tido, no entanto, qualquer contrapartida por parte da banca, nem na gestão dos seus balanços, assumindo de vez as perdas totais de forma a permitir uma saudável retoma da sua actividade, nem nas suas prioridades de concessão de crédito, nomeadamente na urgente recuperação do investimento produtivo e criador de emprego.

Com uma banca que hoje só serve de lastro à economia portuguesa e um modelo de sistema financeiro que está na origem da actual crise económica, é urgente debater no espaço público o que realmente mais importa – as políticas públicas e a redefinição do sistema financeiro que o torne compatível com o interesse público e o desenvolvimento económico e social do país. Sabemos da necessidade de um sector bancário saudável para uma economia saudável, mas não estamos dispostos a pagar a mera socialização das perdas privadas. A falência do actual modelo deve ser pois uma oportunidade para colocar a banca ao serviço do emprego e do progresso social.
Este é um debate que interessa a todos. Vem e participa!


6 Agosto (quarta-feira), 18 horas
Auditório da Casa da Imprensa – Rua da Horta Seca, 20 – Lisboa (junto ao Largo de Camões – metro Chiado)

EUGÉNIA PIRES, JOÃO GALAMBA, NUNO TELES, economistas
ANA SÁ LOPES, jornalista, moderadora do debate