por Sérgio Manso Pinheiro
Após uma fase inicial de algum receio sobre os impactos e implicações económicas decorrentes da maior expressão social e eleitoral dos movimentos ambientalistas e do crescente conhecimento técnico-científico, as sociedades modernas democráticas souberam progressivamente valorizar as novas preocupações ambientais, e integrar os valores e prioridades que suscitam.
A designada economia verde já não pretende apenas limitar os impactos ambientais comprometedores do futuro, mas representa igualmente uma oportunidade competitiva, de relançamento e reinvenção da economia. A ONU aponta para a criação de mais de 60milhões de empregos verdes nos próximos anos.
Diversas políticas, nacionais e internacionais, consubstanciaram uma nova economia (integrando o conceito de desenvolvimento sustentável) e acelerando as alterações comportamentais inerentes.
Estratégias diversas aceleram e consumaram já a inevitável economia verde. Generalizaram-se medidas como:
– a proibição absoluta de utilização de determinados elementos, implicando a substituição por novas soluções – o caso dos CFC foi emblemático;
– a penalização fiscal, podendo financiar, por essa via, fundos financeiros como acontece com as lâmpadas clássicas que contribuem para o Fundo de Eficiência Energética;
– a taxação de comportamentos e consumos, implicando a internalização dos custos ambientais ou outros nas opções individuais, como nas portagens urbanas nas cidades que penalizam o uso do carro particular.
A criação do mercado de emissões, decorrente do Protocolo de Quioto, é a mais relevante e global medida de aplicação dos conceitos e mecanismos de economia de mercado para a promoção do desenvolvimento sustentável.
Esta dinâmica aponta a urgência de preparar a nossa sociedade para assumir a economia verde como uma variável prioritária estrutural da estratégia de desenvolvimento, encarando-a como uma oportunidade para a criação de emprego e crescimento económico e melhorar a qualidade de vida no futuro imediato.
