Desafios para as Associações Sindicais


por Nuno Barroso

Sendo inquestionavelmente um dos principais meios para os trabalhadores defenderem e fazerem respeitar os seus legítimos direitos, torna-se (sem qualquer exagero) essencial para a Humanidade que as associações sindicais reajam e redefinam o seu papel, criando novas estratégias de acção.

O papel dos sindicatos é fundamental: assegurando a participação social e económica dos trabalhadores; lutando contra a descriminação social entre homens e mulheres; desenvolvendo acções colectivas para proteger os interesses de indivíduos e grupos.

Torna-se assim fundamental que os sindicatos se organizem, se unam na procura de estratégias, procedendo à elaboração, formulação de ideias e programas concretos que sirvam de base a um profundo diálogo com as diferentes organizações, com a sociedade civil, na construção de uma sociedade plena, participativa, solidária e democrática.

Os novos desafios do sindicalismo colocam-se ao nível da integração social, da coesão.

A actual fuga do capital à regulação económica nacional, leva a que, obrigatoriamente os sindicatos nacionais e internacionais se unam e pressionem as instituições internacionais obrigando-as a produzir legislação transnacional, globalizadora, protectora dos direitos laborais e humanos.

Os sindicatos deverão desburocratizar-se e rapidamente:
i) Democratizar as suas estruturas e apelar à sua participação quer interna, quer externa;
ii) Dirigir a concertação dos seus esforços para a criação de uma estrutura efectiva de regulação do emprego ao nível da União Europeia (reconquistar e dignificar o papel e o estatuto do trabalhador);
iii) Desenvolver iniciativas de luta pela justiça social;
iv) Desenvolver campanhas de unificação dos trabalhadores, nos objectivos e nas estratégias;
v) Facilitar aos trabalhadores o acesso à formação, à informação, e à reflexão.

Preparar, comunicar e exercer, políticas conscientes de que o desenvolvimento económico tem de estar estreitamente ligado ao desenvolvimento social.

É assim necessário iniciar um combate ao próprio sistema, à sua lógica e à sua ideologia, pelo que, a necessidade que se apresenta é a de se criar uma nova concepção de actuação sindical, alertando que quem considerar que mantendo-se de fora desta actuação poderá beneficiar de qualquer ganho ou conquista, engana-se, pois estará a enfraquecer o poder negocial dos seus representantes, contribuindo para a desunião e para a desmobilização.